Romeu, Mafalda e Cia

Casar dá uma ansiedade, viu? Vixe Maria! Parece que quanto mais os dias passam, mais falta para o grande dia. Muito ruim essa sensação de o tempo não passar. Estou, literalmente, a espera do futuro.

Mas, enquanto ele não chega, eu e o noivo estamos correndo atrás de nossa casa. Visitamos um apartamento, muito legal, mas odiei o quarto do casal, então... Vamos ao próximo. Em compesação... Sim, Romeu chegou!!! Para quem não sabe é o nosso fogão. O Noivo não entende eu colocar nome em tudo, mas me divirto e isso é razão suficiente! Então, depois de muito pesquisar, muito andar e mãos inchadas, finalmente encontramos o que se enquadrava no orçamento e no nosso gosto. Minha exigência de ter prateleira superdeslizante e autodeslizante foi satisfeita. É um Bosch, modelo Style Grill. Olha ele aí na foto...

Fogão comprado e devidamente estacionado no terraço de casa, partimos para a próxima etapa e lá fomos nós a procura da nossa geladeira, a Mafalda. Como eu e o Noivo temos gostos (e megalomanias) parecidos, concordamos de cara com o modelo a ser comprado. Mas, o problema era o R$. Muito cara para fazer como o fogão, pagar a vista. E tome pesquisa. E sabe que não há tanta diferença entre os shoppings e o Centro da Cidade? Resumindo... Depois de tanto pesquisar, chorar, ficar na dúvida compramos a Mafalda numa loja lá na Imbiribeira. Contei com a ajuda dos meus pais, que cederam o cartão de crédito para que a gente pudesse dividir o valor em 10 x sem juros. E solucionamos o problema de deixa-lá parada por quase um ano e o da garantia. Compramos, mas deixamos na loja. Assim, a nota fiscal só será emitida quando formos buscá-la. Garantia garantida! Ah sim... Aí está a Mafalada, uma Eletrolux Frost Free DF-48, muito chique, né?

Fogão, geladeira... Aí o Noivo descobre uma pessoa que queria vender uma mesa de jantar. Usada, precisando de uns reparos. Fomos ver a tal mesa e para saber quanto valia o produto me danei a andar atrás de móveis. Gente.... Pára tudo! Me encantei pelas coisas lindas que vi. Como não podia e não queria resolver sem o Noivo levei ele para ver os móveis. E aí... Bem, aí a gente acabou comprando uma linda mesa com seis cadeiras. A base de madeira, tampo de vidro e cadeiras chiquerrímas de madeira e courino. Ah, não sabe o que é courino? Eu também não sabia, mas virei especialista no assunto. O que um casamento não faz com uma pessoa, heim? :)

Mas... Tudo parece tão distante... Ai, ai...

Esperando...

Cá estou, super ansiosa, a espera de Romeu...

365 dias...

São exatamente oito da noite e exatamente daqui um ano estarei entrando na igreja para juntar minha vida de forma definitiva e oficial a Adonis. Hoje eu já amanheci com um friozinho na barriga, foi a primeira coisa em que pensei assim que abri os olhos.

Um monte de sensações se misturam, pensamentos, sentimentos. Como será a vida casada? Às vezes, mesmo tendo passado dos 30, me acho tão menina, tão imatura. Mas, logo penso que vou adorar ter uma casa e, ser sim a responsável por tudo, me tranqüiliza o pensamento de que as coisas acabam acontecendo naturalmente. Porém, por isso mesmo (ser a responsável) será que a grana não vai faltar? Será que vou dar conta das contas? E aí me digo que faz parte do crescimento, saber administrar e abrir mão de tantas bolsas, sapatos, brincos... Além disso, será que, dois cursos depois, eu não consigo nem pagar minhas próprias contas?

E Doni, será que também vai conseguir largar a vida de solteiro? Será que a ficha realmente caiu? A gente passa a vida toda ouvindo que os homens amadurecem mais lentamente e eu preciso sim do meu homem-protetor!!! Mas, eu sei que quando o bicho pega, ele dá conta. Por isso mantive a data do casamento, porque nós dois só funcionamos na pressão, quando não temos outra alternativa. Saber disso me dá a segurança que preciso.

Passei os últimos 32 anos da minha vida solteira, é louco pensar então que este é o meu último ano (solteira). Acho que só quem é noiva pode saber o que estou sentindo... Eu não tenho como falar sobre a emoção. Não posso falar o que é se imaginar longe dos pais, da casa onde morou desde que nasceu, da cama de solteira, do quarto, dos ursos de pelúcia...

Só uma coisa justifica você colocar tudo em segundo plano, deixar a casa dos pais, a falta de compromisso com casa, roupa, comida, enfim, virar a vida de cabeça para baixo: O amor que se sente por alguém. É o amor por Adônis que justifica tudo, que me dá segurança e me faz a mais feliz das noivas, em meu último ano de solteira...