quarta-feira, maio 28

Para Jussara

Ficar sem internet em casa tem sido um problema maior do que pensava. Parece que perdi o contato com o mundo! E para completar o Messenger e o Orkut foram bloqueados no trabalho. Por causa disso deixei de acompanhar alguns fatos que se passaram com uma noiva que, apesar de não conhecer pessoalmente, gosto muito.

Há muito tempo queria escrever umas coisas sobre meu casamento, sobre os profissionais que contratei, sobre alguns que deixei de contratar, sobre a Comunidade Noivas de Recife, que tanto me ajudou nos preparativos e que, mais do que isso, me apresentou pessoas especiais. Faltou tempo, faltou inspiração para escrever tudo o que queria. Mas, cá estou, motivada pelas coisas que, soube ontem, aconteceram no casamento de Jussara, no último dia 10 de maio.

Não quero, de forma alguma, invadir a privacidade dela aqui e, muito menos, remexer em sentimentos tão intensos. Muito pelo contrário! Quero prestar minha humilde, mas sincera solidariedade e expressar meu repúdio a certos "profissionais". Eu não tenho a menor idéia do que essa menina passou esperando a tarde inteira, vendo a hora do casamento chegar e o maquiador/cabeleireiro não aparecer. Pior mesmo deve ter sido saber que ele estava na porta da frente maquiando uma outra noiva. Porém pior deve ter sido ser maltratada, humilhada, ignorada pelo tal "profissional" e as pessoas que o cercavam naquele dia.

Quem me conhece sabe: eu ODEIO julgar as pessoas. Eu não gosto de falar sobre as coisas que eu não vi, sobre situações que não vivi, sobre sentimentos que não senti. Mas, mais do que isso, eu tenho AVERSÃO a pessoas egoístas, arrogantes, mal educadas, que se acham melhores do que as outras. Caramba! Você não tem noção de como me sinto diante de gente assim! Você não imagina as coisas que realmente gostaria de escrever, de falar... Mas, mesmo esse sendo um espaço só meu, em que posso exercer o direito constitucional de livre expressão e que só ler quem quer, eu vou me controlar.

Quando entrei na Comunidade "Noivas de Recife", em 2005 eram poucas as integrantes, menor ainda era o número de meninas que participavam ativamente. Como o meu casamento só aconteceria em 2008 eu acompanhava as histórias, os casamentos. Sempre com um sentimento bom, com uma energia positiva. E assim eu vi acontecer muitos casamentos, vi milhares de fotos e acabei sabendo da vida de muita gente que eu sequer sabia de minha existência.

Aos poucos fui participando da Comunidade, mas morria de vergonha de participar dos encontros. Até que a vida colocou uma pessoa especial no meio do caminho: Pollyanna! Ela quem me carregou para os encontros, quem me introduziu à FANI. E aí a relação passou a ser realmente de amizade. E tudo ficou ainda mais forte depois que outra pessoa especial passou a fazer parte da minha vida: Silvana. Além de integrante da comunidade, trabalhamos juntas por um tempo. E através de Sil, passei a conhecer muita gente. Inclusive Jussara. Por isso gosto tanto dela. Apesar de que reagiria da mesma forma se soubesse que uma noiva passou pelo que ela passou.

Dizem que as noivas são corporativistas. Não sei se essa palavra cabe, se é a ideal para resumir os sentimentos que são comuns a todas. Casei há quase três meses e sei o que esse dia significou, sei o quanto mudou a minha vida, sei o quanto foi planejado, aguardado. Sei das expectativas, da ansiedade, do medo, da alegria, do sonho. E olhe que eu não passei a vida sonhando em casar. Mas o tempo de um sonho pode não ser proporcional a intensidade com que é vivido.

Estressei tudo o que podia até o dia 29 de fevereiro. Amanheci em 01/03 tranquila, calma e confiante. Dormir a noite inteira e ainda tive a ousadia de desligar o celular (coisa que nunca faço) porque sabia que iam me ligar cedo e eu queria dormir. Almocei e ainda cheguei meia hora atrasada ao salão. Toda essa minha paz de espírito tinha uma única razão: eu tinha certeza que tudo daria certo. Mesmo tendo a consciência que alguma coisa não sairia do jeito que eu gostaria. E realmente não saiu. Acho que toda noiva sabe, tem consciência disso.

Mas, tudo tem um limite. Estava pronta para a flor não ser aquela que eu havia escolhido, para a iluminação não estar na cor que queria, para a bebida não estar tão gelada. Não imaginava, mas superei o cerimonial ter retirado um casal de padrinhos sem me consultar. E olhe que gerou uma situação bem constrangedora, porque eles eram primos do noivo e tinham vindo de outra cidade apenas para o casamento. Lógico que todos pensaram, inclusive o noivo, que eu havia tomado aquela decisão. Só soube no dia seguinte, portanto nada que tivesse atrapalhado o andamento da cerimônia e da festa.

Jamais estaria preparada, por exemplo, para o sumiço da decoradora ou de qualquer profissional tão suadamente contratado. Eu não sei se teria forças para continuar, não sei se conseguiria superar, perdoar, deixar pra lá. Sei que não ia querer ver a cara dele jamais na minha vida. Quem acompanha esse blog sabe que tive um sério problema com a empresa de música que havia contratado. O filhodaputa (desculpem, mas não há outra expressão digna do Sr. Rômulo Xavier) deu um golpe e desapareceu com o meu dinheiro e o de tantas outras noivas.

Nessa época eu aprendi uma lição. Desconfiar de profisionais muito badalados na comunidade. Só depois da lapada consegui enxergar que a Noivas de Recife já não era a mesma. Tinha virado um comércio, cheio de interesses e de vaidades. Muitas meninas que não sabiam respeitar a opinião e o gosto das outras, muita gente querendo aparecer, ser a mais bonita, a mais detalhista, até mesmo a mais rica. Picuinhas foram criadas, confusões ganharam proporções infelizes, com muita gente magoada. No episódio Bella Música eu vi gente que defendia até a morte a empresa se esconder, vi gente querer tirar por menos, vi até gente defender o canalha. Participei de uma reunião de me deixou enojada, mas ao mesmo tempo mais decidida a fazer minha parte na busca de justiça. Fui sim parar numa delegacia, com toda a dignidade e sem nenhuma vergonha disso. Mas, não esqueço que ouvi de uma pessoa que "jamais me submeteria a estar numa delegacia, a me expor dessa forma". E eu acho engraçado que colocar o valor total do casamento na internet não é se expor...

Também encontrei bastante solidariedade, muita mesmo. Meninas que deixaram milhões de recados me dando força, gente que eu nem sabia que existia. Não esqueço, por exemplo, da doçura e solidariedade de Ana Tereza que até se ofereceu para cantar de graça na minha cerimônia. Demonstrações que eu jamais esquecerei e que carrego comigo como um tesouro guardado no coração.

Então eu aprendi a desconfiar dos relatos de um "casamento perfeito" e das babadas aos serviços contratados. Claro que todas querem contratar os melhores, claro que todas querem que tudo saia como sonhado. E eu acho mais é que no final das contas se valorize as coisas boas mesmo! E se me perguntarem eu vou dizer que meu casamento foi um sonho. E foi mesmo: O MEU sonho.
Mas, eu não indico profissional nenhum! Eu paguei, e paguei caro para que cada um executasse com perfeição os seus serviços. Não fizeram mais do que a obrigação. Mas, isso não me impede de reconhecer publicamente que Zélia e Carla França superaram minha expectativa, a decoração ficou a coisa mais linda do mundo e eu até hoje babo quando vejo as fotos. Não me impede de dizer que a Orquestra Raízes salvou meu casamento, levando alegria e muita emoção com uma música tecnicamente perfeita. E eu seria injusta se não revelasse o quanto Ana Rosa foi generosa comigo e com as meninas que levaram o golpe. Ela fez um preço e uma forma de pagamento que ninguém, eu disse NINGUÉM fez. E olhe que o que apareceu de empresa querendo "ajudar"... É melhor nem comentar.

É... acho que já escrevi demais e nem Renatinha, que sempre ler meus textos, vai agüentar essa. Mas, eu precisava desabafar. Eu precisava dizer a Jussara que eu sinto muitíssimo pelo que ela passou. E dizer que eu sei o que ela passou, dizer que eu imagino o que foi precisar de ajuda e encontrar uma porta fechada na cara, o peti de um anti-profissional e, sinceramente, mais do que isso, não encontrar solidariedade e apoio de pessoas que poderiam ter se colocado no lugar dela naquele momento, mas que, ao contrário, mandaram ela se retirar, quando não a ignoraram por completo (e ainda com sorriso no rosto).

O que fica de bom é a certeza que a gente até cruza com esse tipo de gente egoísta e insensível, mas não são elas que ficam. Como uma grande tempestade, elas chegam, nos abalam e até provocam estragos. Mas passam. E nos deixam mais fortes, mais experientes, e mais humanas. Com a certeza no coração de que, com a Graça de Deus, somos mais evoluídas. Ju... seu casamento foi lindo, é abençoado por Deus e cheio de amor. E é só disso, minha querida, que você precisa. No mais, feche a porta na cara para as coisas e pessoas ruins.

E isso é TUDO!

2 comentários:

Anônimo disse...

É... é muito díficil entender o ser humano, mas precisamos aprender a conviver e como você disse, seguir sempre em frente.
Beijos

Ju disse...

Laurinha...
Só agora vi esse post. Estou muito triste esta semana justamente por este assunto. Algumas coisas foram remexidas, pessoas que eu "achava" que me deram apoio, na verdade me apunhalaram pelas costas. Tantos recados preocupados, quanta falsidade!!! Essas pessoas na verdade estavam do lado dele, tentando pescar informações para ele...
O ser humano sabe ser podre! Isso é foda e me indigna muito! Me sinto uma imbecil em abrir tanto a guarda, em me doar tanto... Minha psicóloga vai ficar rica as minhas custas, rsrs. espero conseguir mudar um dia sabe?
Quero que saibas que seu post, suas palavras calaram fundo no meu peito e me deram forças para ir superando mais essa.
Deus é pura bondade, eu disse que estava triste e Gil falou para eu vir aqui... Encontrei essa preciosidade que jamais esquecerei, jamais...
Obrigada, obrigada e obrigada.
P.S. Vc precisa ver a filmagem que chegou hj do meu sonho. E o resto que vá para o INFERNO!!!
beijos carinhosos

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