Expectativa

Eu sei que vida de noiva é uma eterna expectativa, uma constante ansiedade, eu sei... Mas, hoje, 09 de janeiro de 2007, neste momento, sinto pela primeira vez o que isso significa de verdade! Sinceramente: se continuar dessa forma, eu não chego viva em 01 de março de 2008. Pelo menos, não com saúde. Ah sim... o por quê do meu primeiro aperreio?

Primeiro preciso fazer dois esclarecimentos. Primeiro: Eu nunca achei que fosse me casar, no fundo até queria, mas como dependia de uma outra pessoa que não sabia se existia, não alimentei o sonho. Até que um dia um rapazinho, muito do danado, me fez uma linda surpresa, me pediu em casamento e eu caí de quatro. Uma vez a idéia mudada, conversamos e decidimos pelo dia 01/03/08. O ano foi exigência dele, pois por mim teria sido imediatamente. O dia foi sugestão minha, por ser o dia do casamento dos meus pais. Jamais esqueci do comentário de minha mãe, convidenciado a uma amiga: "nunca tive a alegria de casar um filho", numa clara referência a correria que fora o casamento dos meus três irmãos. Então, já que estava planejando tudo com três anos de antecedência, gostaria de dar essa "alegria" a minha mãe. A data, portanto, tem um simbolismo.

Segundo: Quando decidirmos casar na igreja, não consegui visualizar outra senão a São José dos Manguinhos, no Bairro das Graças. A capela, além de não ser grande, é linda, cheia de anjos barrocos e muito intimista. Gosto da ideia de poder olhar cada uma das pessoas queridas que quero convidar para este momento. Além disso, a igreja faz parte da paróquia do colégio em que estudei toda a minha vida. Na verdade, ela é praticamente vizinha ao Vera Cruz e por isso, na minha adolescencia, vez por outra íamos assistir as missas lá. Sempre senti paz naquele lugar. Lembro-me que ficava olhando para os anjos do altar e imaginava que eles conversavam comigo. Quando me ajoelhava e fechava os olhos, em oração, sentia como se eles continuasse a me olhar, me observar. Era uma sensação tão gostosa.

Portanto, nessa história toda de casar, para mim sempre teve duas coisas das quais não abria mão, além do noivo, claro! A data e a igreja. O resto... tá valendo qualquer coisa, qualquer festa, em qualquer lugar.

Logos depois do noivado, em junho de 2005, lá vamos nós até a igreja saber o que teríamos que fazer. Dona Fátima, a responsável pela igreja, nos recebeu com simpatia. Quando falamos a data ela sorriu e disse que estávamos muito adiantados. Ainda não tinha agenda aberta para 2008. "voltem lá para janeiro de 2007".

Hoje liguei para a Igreja e a mesma Dona Fátima me atendeu. Estava com a agenda em casa e disse, calmamente: "Ligue para minha casa hoje a tarde que preciso verificar se esta data está livre". Boooooomba na minha cabeça!!!! Eu não acredito que corro o risco de ver anotado nessa bendita agenda, na minha data, o nome de outra noiva! Na "minha" igreja???? Sério mesmo, estou com vontade de chorar. Sim, pode ser exagero, mas estou assim.

Foram tantas os planos, a antecedência... No fundo sei que vou ligar e ela vai me dizer que não há reservas. Aqueles mesmos anjinhos que me observavam, me confidenciam que a página dessa agenda ainda está em branco. Mas, por muito pouco tempo. Amém.

Torçam por nós!